quinta-feira, 30 de novembro de 2017

SÍNDROME DO ENFADO NATALINO


Novembro a um passo de findar, o que para mim é o disparador sorrateiro de um conjunto de sensações nada agradáveis em relação ao mês de dezembro.
Tudo muito surreal, já que jamais sofri qualquer tipo de aflição neste período, muito pelo contrário, afinal, sou de uma época em que o período natalino era de festas fartas em família, onde o lúdico ainda encontrava acolhimento e muito mais afeto às mentes infantis, bem mais que propriamente presentes.
Todavia, confesso que jamais gostei, não apenas do Natal e Ano Novo, mas de qualquer data determinante a se comemorar, isto ou aquilo, mesmo reconhecendo serem necessárias para conscientizações sociais e mesmo como aglutinação de propósitos.
Bem, se fosse fácil o entendimento, não estaria ano após ano relatando o meu incômodo.
Como todo mundo, faço ceia, mas sem qualquer empolgação maior, e isto é frustrante, pois não vejo sentido em ter que se esperar um ano inteiro para, então, reunir, sorrir, beber e comer determinadas iguarias e ainda receber e oferecer presentes, apenas por obrigação, muitas vezes sem qualquer condição financeira, criando angustias e endividamentos na maioria das pessoas.
Isso sem falar que no dia seguinte, a fraternidade que deveria permanecer ou pelo menos aflorar em cada criatura humana, ao contrário, se dissipa como folhas ao vento e voltam-se todos aos seus mundinhos isolados e egocêntricos, ficando o tão bonito e afetuoso espírito amoroso, guardado a sete chaves até o próximo natal.

Essa síndrome que me domina, também tem seu lado produtivo, afinal, fez desenvolver em mim a capacidade de poder sorrir, brindar e presentear, quando sinto necessidade e principalmente prazer, e aí, também inexplicavelmente, desperto nos meus semelhantes afins o mesmo sentimento descontraído e absolutamente espontâneo, o que tem me garantido sorrisos, abraços e significativos gestos de delicadeza, tudo muito gratificante, levando-me a concluir que o espírito natalino é, antes de tudo, o prazer inenarrável de podermos doar e também receber, tão somente, sinceridade.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

POR UNS TROCADOS A MAIS...


Segunda-feira de final de novembro de uma era, no mínimo, preocupante, quando penso na alienação existencial que só aumenta, mesmo envolta em tantos caminhos de ensinamentos àa disposição na parafernália da internet ou nos tradicionais livros.
Uma infinidade de gurus, magos e profetas, religiões, seitas e filosofias que passeiam desde a condução de um respirar adequado, às comidas que são capazes de proporcionar a leveza necessária para se adentrar no mundo espiritual.
E no final das contas, o que se busca tanto é, tão somente, um pouquinho de paz interior, cada vez mais escassa, apesar de mais negociável.
Como em tempos remotos, fizeram renascer os suntuosos templos, as mais ricas oferendas, os mais absurdos comportamentos, numa demonstração assustadora de um retrocesso gigantesco da incapacidade humana em não se sentir parte integrante da vida, na qual sequer se percebe inserido.
Nunca o mundo abrigou tantos doutores e especialistas de quase tudo e também nunca esteve tão iletrado em se tratando da lição básica de, apenas, vivenciar o seu tempo terreno.
Olha ao redor e se sente perdido, sem rumo estabelecido a partir de si mesmo, de suas necessidades primárias de realização pessoal.
Não sabe quem é, de onde veio e tão pouco para onde quer ir, apavorando-se porque saber quem é, assusta, de onde veio, já não é seguro e para onde vai é a grande interrogação, afinal, são tantas variedades, não restando opção maior que se ver aturdido em meio a elas.
Penso que não está sendo nada fácil, discernir o melhor para si, sem que haja um esteio familiar que o sustente, então, o amparo surreal, torna-se a opção mais acessível em sua maioria, bastando ter para oferecer alguns trocados a mais que a infelicidade de existir, sem se enxergar e sem rumo, podem gerar.
E a legião de vampiros lá vai aumentando na mesma proporção do retrocesso, na busca da luz de um divino que salve, resgatando o que jamais existiu, prometendo o ilusório, mas garantindo a escuridão do desconhecimento, num falso alívio que precisa ser repetidamente comprado para que supostamente se encontre a liberdade.
Muletas, que garantem um lugar no céu e que aprisionam irremediavelmente, na terra.



POR UNS TROCADOS A MAIS...
Segunda-feira de final de novembro de uma era, no mínimo, preocupante, quando penso na alienação existencial que só aumenta, mesmo envolta em tantos caminhos de ensinamentos àa disposição na parafernália da internet ou nos tradicionais livros.
Uma infinidade de gurus, magos e profetas, religiões, seitas e filosofias que passeiam desde a condução de um respirar adequado, às comidas que são capazes de proporcionar a leveza necessária para se adentrar no mundo espiritual.
E no final das contas, o que se busca tanto é, tão somente, um pouquinho de paz interior, cada vez mais escassa, apesar de mais negociável.
Como em tempos remotos, fizeram renascer os suntuosos templos, as mais ricas oferendas, os mais absurdos comportamentos, numa demonstração assustadora de um retrocesso gigantesco da incapacidade humana em não se sentir parte integrante da vida, na qual sequer se percebe inserido.
Nunca o mundo abrigou tantos doutores e especialistas de quase tudo e também nunca esteve tão iletrado em se tratando da lição básica de, apenas, vivenciar o seu tempo terreno.
Olha ao redor e se sente perdido, sem rumo estabelecido a partir de si mesmo, de suas necessidades primárias de realização pessoal.
Não sabe quem é, de onde veio e tão pouco para onde quer ir, apavorando-se porque saber quem é, assusta, de onde veio, já não é seguro e para onde vai é a grande interrogação, afinal, são tantas variedades, não restando opção maior que se ver aturdido em meio a elas.
Penso que não está sendo nada fácil, discernir o melhor para si, sem que haja um esteio familiar que o sustente, então, o amparo surreal, torna-se a opção mais acessível em sua maioria, bastando ter para oferecer alguns trocados a mais que a infelicidade de existir, sem se enxergar e sem rumo, podem gerar.
E a legião de vampiros lá vai aumentando na mesma proporção do retrocesso, na busca da luz de um divino que salve, resgatando o que jamais existiu, prometendo o ilusório, mas garantindo a escuridão do desconhecimento, num falso alívio que precisa ser repetidamente comprado para que supostamente se encontre a liberdade.
Muletas, que garantem um lugar no céu e que aprisionam irremediavelmente, na terra.


Que coisa, viu!!!!!


Hoje, como é domingo, sobra mais tempo para pensar nas coisas que nos afligem no dia a dia; e, com certeza, o não rendimento do erário público é sempre muito intrigante, e aí, vejamos:
- Cada gestão permanece por 48 meses, perfazendo quatro anos. No caso especial dos municípios que recebem mensalmente uma fração, mesmo que reduzida, de royalties, se economizassem em média 100 mil reais mensais, o que não é muito, provavelmente, no final deste período, teria em caixa cerca de quatro milhões e oitocentos mil de reais; como não sei o preço do metro quadrado de calçamento, não posso mesurar o quanto poderia realizar, mas pensando que, somente depois que vim morar na cidade, já se passaram quatro prefeitos de mandatos concluídos, e agora, um ano da atual, acredito que teríamos cerca de  24 milhões.
Se dividir pelos 17 anos de gestões, volto a concluir que pelo menos mais de uma dezena de ruas poderiam ter sido calçadas, ao invés de terem gasto o dinheiro em seguidos reparos – às vezes para superfaturamento e de qualidade sempre questionável - ou em festinhas populistas de apenas efeitos alienatórios e momentâneos, que não contribuem em nada para a mudança da realidade de vida da população.
Afinal, já teríamos todas as ruas calçadas desde que a bendita democracia se instalou, e lá se vão 27 anos de sucessivas eleições em que pisar na lama se tornou rotina, isto sem falar no esgoto a céu aberto e etc., e tal – pasmem, apenas os serviços essenciais.
Rapaz, essa conta pode se multiplicar e muito se olharmos os patrimônios dos políticos e de seus camaradas pessoais, mas como meu propósito não é perseguir Judas, penso, apenas, no quanto somos um povinho ingênuo e serviçal.
E no quanto os nossos políticos são “gente boa”. Verdadeiros patriotas, amantes do povo que os elegem.
Todavia, penso principalmente na nossa capacidade de apenas atacar sem que tenhamos aprendido a nos defender com argumentos consistentes, restando a nós, tão somente, a capacidade de contra-atacar, mantendo assim um constante e ineficiente ciclo de agressões políticas que, assim como as contas dos procuradores dos municípios, só favorecem aos políticos, amparados pelo sempre complacente TCM e, geralmente, pela aprovação das ilibadas câmaras de vereadores espalhadas por este Brasil varonil.

Pense nisso!

domingo, 26 de novembro de 2017

Duelo de Titãs


O dia amanheceu e o sol ainda não apareceu na exuberância do costume, nesta época do ano. Talvez, esteja com preguiça e só mais tarde vai dar o ar de sua graça nas areias das praias, no jardim da casa de alguém ou em qualquer lugar, onde corpos e mentes vão estar esperando, ansiosos para desfrutar do seu calor.
Enquanto, escrevo sobre a preguiça do sol, ele provavelmente para mostrar que ouviu, mesmo aparentemente adormecido, aparece mostrando-se, não resta a menor dúvida, pouco entusiasmado, mas já iluminando as copas e os telhados, numa marcação ainda frágil de seu território.
De repente, como se novamente tivesse me ouvido, ele reage e se torna mais intenso, ameaçando adentrar em minha sala, mas por enquanto, só mesmo ameaça, pois seu brilho de recém acordado, ainda não foi capaz de me convencer de que terá forças para iluminar por muito mais tempo, já que também de onde estou, posso avistar algumas nuvens que insistentes, ameaçam marcar presença, mesmo que passageira.
Neste duelo de forças universais, cá estou quietinha como sempre, só observando e registrando as forças empreendidas entre o sol e as nuvens, levando-me a pensar que seja lá, quem ganhe esta batalha, a vida sempre será a vencedora, bem diferente dos duelos humanos, onde verdadeiramente, todos perdem, não havendo reais vencedores.

São seis horas da manhã de domingo e muitas águas, ainda vão rolar ou serão raios solares que virão esquentar? 

SENHOR DEUS!!!!


Quanto mais presenciamos joelhos se dobrarem nas Igrejas e templos, na mesma proporção, somos capazes de conviver com uma sociedade egoísta, arbitrária e extremamente violenta.
Que incoerência é esta?
Seria apenas fuga existencial, incapacidade de encontrar Deus em si próprio e, consequentemente, no outro?
Ou, quem sabe, tão somente uma forma de tentar corromper os “Divinos”, com prendas, oferendas e polpudos dízimos, acreditando assim, que com dinheiro, cantos e orações, a criatura humana lava todas as suas mazelas, abrindo as portas dos céus?
Quanto mais ouvimos falar de Deus, mais distante ele nos parece na realidade do nosso cotidiano.
Senhor Deus dos desgraçados!  
Dizei-me vós, Senhor Deus!  
Se é loucura... se é verdade  
Tanto horror perante os céus?!  

(Navio Negreiro – Castro Alves)

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

ORAÇÃO COGNITIVA



“As luzenas avermelham os brilhos e fazem doidas espirais” (navio negreiro, castro alves).
A sedução já não mais faz parte de tuas ações e a falta de credulidade agiu como uma espada afiada, ceifando a tua criatividade.
Olhai, portanto, os lírios dos campos, que não tecem e não fiam, todavia, permanecem nutridos com as seivas da natureza.(mt.6-28).
O que temes?
Afinal, tens o universo como o teu provedor...


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

MARAVILHA .!


Emocionada, agradeço a todas as pessoas que carinhosamente expressaram suas atenções, carinhos especiais e amor por mim, reforçando a minha certeza de que a maior riqueza que uma pessoa pode acumular, para deixar um rastro de luz por esta passagem pela terra, é sem dúvidas, a sua capacidade de tocar meigamente as emoções daqueles que, de alguma forma, com ele divide espaço.
As letras do alfabeto com as quais construo frases que refletem necessidades, frustrações, desejos, tristezas e alegrias possíveis a todos nós é, acima de tudo, amor à vida e a tudo que nela existe e certamente o bendito elo que me une a vocês que, bem de pertinho ou a quilômetros de distância, dividem comigo o prazer de existir, sentindo sem pudores as vibrações que nos cercam.
Fiz questão de anotar o nome de cada um para, diariamente, até o próximo aniversário que pretendo comemorar, poder rezar, rogando ao universo na figura do nosso DEUS, proteção e bênçãos às suas necessidades.

Um beijo carinhoso a todos e até 21/11/2018.



terça-feira, 21 de novembro de 2017

SER ESCRITOR


Para quem olha de fora, a vidinha de um escritor é bastante medíocre e, geralmente, solitária. Ledo engano, afinal, como ser solitário se o mundo está nas infinidades de letras que trazem para a possível realidade velhos desejos que, sem elas, seriam sempre, apenas, sonhos.  
O escritor voa com os pássaros, banha-se nos mais caudalosos rios, navega por mares calmos ou bravios, escala as mais altas montanhas, percorrendo encantado as mais belas grutas encruadas na terra e é capaz, de como ninguém, deitar-se na relva fresca e apreciar o céu, sentindo o calor do sol, quase queimar suas retinas ou deixar-se molhar pelas grossas chuvas do inverno.
Com as letras, o escritor escava terras secas, fazendo soltar delas, as esmeraldas e diamantes que só a vida pode oferecer e, ainda com as mãos sangrando e com as unhas lascadas, colher uma flor e oferecer a alguém, sem que o sangue que de seus dedos escorre, macule a delicadeza de seu gesto.
Ser escritor é amar a vida até mesmo quando escreve sobre a morte. É deixar escoar em frases e versos, os lamentos das decepções, as dores da incompreensão, as lágrimas das sempre possíveis dores.
Ser escritor é cantar a vida como se cada instante fosse um soneto, cada hora um poema, cada dia um lindo conto, recusando-se por todo tempo a abraçar o banal, o fútil e nada a haver.
E quem ainda quiser pensar que a vida do escritor é monótona e sem graça, recomendo que busque a ventura de, pelo menos por instantes, fazer das letras o seu mundo, das palavras o seu universo.


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

UM GESTO e nada mais.


Enquanto dou uma olhada no face, pelo canto dos olhos posso acompanhar através da janela, o meu querido Roberto, equilibrando-se entre um galho e outro da amoreira, tudo para não desabar da varanda e para me trazer como faz em todas as manhãs, as benditas amoras.
Deixei o face de lado e agora, já saboreando duplamente os brindes que a vida me oferece, registro este momento nada banal, rogando ao universo que me inspire a cada amanhecer, para que eu, continue encontrando com Deus e que juntos, numa parceria que existe desde sempre, possamos seguir caminho dando e recebendo amor.


domingo, 19 de novembro de 2017

PALCO DE LUXO


E aí, confesso que ser uma observadora é sempre muito doloroso, mas fazer o quê, se não me é possível partir ou frear o senso de lógica que permeia a mente?
Estou falando mais uma vez sobre a forma sem sentido prático com que acolhemos nossos pretensos representantes, seja do legislativo, executivo ou judiciário de qualquer nível.
Tratamos os candidatos como se fossem talhados de algum material especial, jamais igual ao nosso. Oferecemos os salamaleques mais requintados, colocando-os em pedestais de importância, superestimando suas intenções e, ao mesmo tempo, expondo nossas bobices em acreditarmos que, realmente, o cidadão fará algo palpável para nossa cidade ou pelo menos por nós.
Na maioria das vezes, até conhecemos o seu histórico político, mas deixamos de avaliar a nós mesmos, porque ao invés de cobrar planos específicos que venham agregar valores sociais à cidade, ficamos como alienados, oferecendo o campo do genérico, onde eles surfam divinamente e, ao irem embora, pois, todos vão, ficamos como alienados sem qualquer subsídio real que justifique o nosso voto. Só mesmo os vereadores ou candidatos a algum cargo eletivo que sonham com uns trocados a mais que, certamente, será distribuído por ocasião do pleito eleitoral.
Transformamos os candidatos em semideuses, nos curvamos em benevolências ao ponto de ser possível enxergar-se nossos redutos íntimos e, depois que são eleitos, ainda esperamos que se sintam nossos representantes.
Quanto primarismo e submissão por estarmos sempre ávidos para eleger mais um ídolo, colocando-o no poder, oferecendo a ele, status, dinheiro, relações monásticas de bandeja ao preço de meia dúzia de promessas decoradas de discursos batidos, mil vezes já ouvido, mas que o nosso atavismo cultural nos impede de reconhecer.
Mas o pior de tudo é que em meio ao inflamado discurso, vez por outra, o pretenso futuro monarca dos bens públicos, solta pérolas ofensivas à nossa simplicidade que é explicita e sequer nos apercebemos, pois estamos inebriados, admirando aquele que por esta ou aquela razão idiota ou interesseira, receberá não só o nosso voto, mas todos os votos que conseguirmos angariar para ele, nos papos de esquina.
Nada como ouvir os discursos à distância, sem o envolvimento das presenças carismáticas do cidadão que antes de tudo é um tremendo cara de pau que bem sabe o que faz, no foco de seus objetivos.
E depois, quando eleito e nossas perspectivas se veem frustradas, viramos o disco e nos colocamos a queimar o Judas, cobrando o que ele jamais prometeu, apenas utilizou-se de nossa sempre frustração para nos garantir ludicamente, o que jamais pretendeu cumprir.
E o ciclo se movimenta a cada eleição, soterrando Deuses, elegendo outros, não havendo qualquer sentido prático e produtivo para nós, povinho das fotos tiradas entre os aplausos, das bandeiras e do trio elétrico que permanentemente nos fazem dançar.

VIVA ITAPARICA!!!!!

!
É natural que as lideranças da cidade se sintam frustradas por não ter sido chamadas para conversar, quando da preparação do projeto FITA, e agora, sem censuras ou cortes de quem quer que seja, sintam-se totalmente livres para expressar o que gostariam de ter sugerido, quando da preparação da mesma. 
Culpar as pessoas que fazem observações, lembrando-as de que nada fizeram, convenhamos que também não é justo, já que é necessário bem mais que conhecimento cultural da cidade, principalmente apoio financeiro, portanto, não sejamos também simplistas em nossas avaliações. 
Claro que além da mágoa pela exclusão neste ou naquele aspecto, sempre haverá nos relacionamentos humanos, bem mais expressivos em cidade pequena, as diferenças partidárias e os conflitos de ordem emocional. 
Então, creio que seria de bom tom, o aplauso ao FITA como uma iniciativa maravilhosa que deu certo e encantou a todos nós, mas também que estejamos abertos às sugestões, para que o próximo seja ainda mais abrangente. 
Agora, quando um político ou um cidadão cobra acertos de contas, ele está refletindo com palavras o que as ruas, através das pessoas de um modo geral, comentam e cobram, e isto, não pode e não deve ser cerceado. Concordo inteiramente que esta cobrança não deva vir logo em seguida às críticas estruturais do projeto, pois, com certeza deixa a conotação de picuinha e rivalidade.
Desculpem a intromissão, mas como conheço, quero bem e torço sempre a favor da nossa Itaparica, não pude como participante honrada deste evento que, sem dúvidas, só engrandeceu a todos nós, ficar apreciando pessoas incríveis, talentosas e que gostam verdadeiramente da cidade e de seu povo, trocando impressões e até mesmo farpas, movidos, tão somente, pela emoção. 
Particularmente, gostaria de ter visto a festa espalhada pelo nosso centro histórico, acreditando também, que não é por simples acaso, que em todas as cidades onde este modelo de evento já é um sucesso retumbante, o mesmo seja distribuído em pontos chaves, abrindo assim um leque de participações, não só do povo com o seu talento, como dos turistas em termos de opções. 
Tive a possibilidade de expressar este pensamento e de ouvir que, este seria diferente, pois a intenção era fazer algo inédito. Não concordei, mas compreendi, afinal, confiei que a produção sabia o que estava fazendo.
Quanto a parte financeira, só resta que seja apresentado ao povo que verdadeiramente pagou pela festa, a prestação de contas, já que o retorno de recuperação de imagem, todos nós já avaliamos como fantástica. Afinal, saímos das páginas policiais e voltamos a ser um local paradisíaco. O sucesso em tempo algum pode sufocar a lógica e o bom senso, seja lá do que for.
A todos um domingo alegre e ensolarado, reconhecendo que somos pessoas privilegiadas por viver neste local apaixonante.

sábado, 18 de novembro de 2017

MERCANTILISMO DO MEDO


Enquanto cursava filosofia, dividi espaço universitário com inúmeros seguidores de religiões que cultuam o Diabo como forma dele se defender.
Pode uma coisa dessas?
Até então, não havia prestado atenção neste tipo de culto, mas sinceramente, depois deste encontro involuntário com os adoradores de Satã, não saí impune e precisei buscar um mínimo de entendimento de tamanha incoerência, já que me pareceu sem qualquer lógica o convívio destas criaturas com a filosofia e, ao mesmo tempo, suas crenças religiosas.
Bons anos depois, nenhuma razoável conclusão, fico pensando, que talvez, o medo de viver se assemelhe mais ao Diabo devastador, ficando Deus como uma ficção, figura lúdica, merecedor de retóricos cânticos e orações, escudo de proteção de uma suposta força dominadora que persegue, fazendo sofrer impiedosamente.
Mas aí, também penso na ineficiência de Deus e na eficácia do Diabo, já que mesmo sendo acirradamente combatido, persiste, resistindo bravamente ao poderoso Deus, numa medição de forças contínuas e multiplicando sistematicamente a diversidade de seus ataques, apesar de perceber que todos sempre embasados no medo irracional da criatura humana em viver, abrindo-se despudoradamente para as delícias que o envolve, sentindo e absorvendo e em contrapartida doando, num entrelace de liberdade em aprender e ensinar.
Soterrar o medo incomensurável que devora instantes preciosos de plenitude é impensável, pois requer arriscar-se para a desconhecida liberdade de ser e apenas existir, despindo-se das irrealidades que de tão envolventes se tornam elixires comparáveis às drogas e prazeres instantâneos, mas que também fazem sucumbir as belas e fascinantemente duradouras floradas existenciais.
E nesta busca de compreensão, deparo-me tanto nos livros que relatam a história da humanidade ao longo dos tempos, como a cada instante sistêmico, divido espaço com esta mesma humanidade na qual me insiro, reconhecendo que somos os únicos seres sobre a terra, incapazes de usufruí-la sem o terror constante de um Diabo que corrompe e faz sofrer e, ao mesmo tempo, de um Deus que consola, mas não liberta.
Forma inexplicável de existir.


sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Tenho esperança que as minhas sementes quando plantadas a partir de meus pensamentos expressos, encontrem terrenos propícios às suas germinações.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O OBVIO NECESSÁRIO


Hoje, no café da manhã, conversando com o Roberto sobre o meu prazer quanto ao hábito que jamais abandonei de tomar um farto dejejum, lembrei-me com satisfação que devia isto à minha mãe, sempre zelosa com a alimentação da família e que jamais deixou que este carinho esmaecesse, até mesmo, quando, já debilitada e refém de uma cama hospitalar, ainda assim insistia em querer saber se estávamos nos alimentando devidamente.
Em seguida, lembrei-me do carinho com que preparava a merenda para que eu levasse para a escola, mesmo já mocinha, com 14, 15, 16 anos, já cursando o NORMAL (quem se lembra deste curso?) em uma escola que ficava do outro lado da cidade, e que consumia duas horas do meu tempo, diariamente.
 Em meio a estas lembranças amorosas, as minhas idas diárias de Ipanema à Tijuca, no ônibus 415 (Estrada de Ferro/ Leblon), trouxeram também de volta antigas lembranças, hábitos adquiridos na educação doméstica para um maior e melhor convívio com os demais, que, infelizmente, feneceram ao longo do tempo e que, certamente, são responsáveis por grande parte da violência que nos envolve nos dias atuais.
Como meu ponto (de ônibus) ficava praticamente no fim de linha, havia sempre uma cadeira disponível, o que não me garantia assento até o fim de meu percurso, pois pelo caminho a superlotação, já existente na época, infinitas vezes, significou ceder o meu lugar para alguém mais velho ou com problemas aparentes de saúde, assim como, colocar no colo a bolsa ou a pasta pesada de qualquer pessoa era gesto absolutamente natural, tratava-se de gentileza que aprendíamos no seio de nossas famílias.
Comentei, então:
- Quem hoje arriscaria deixar a sua bolsa no colo de alguém, e quem estaria disposto a aceitar tamanho encargo?
- Quantos jovens são capazes de ceder seus lugares, seja no ônibus ou em qualquer lugar?
Que pena, não é mesmo...
Benditos cafés da manhã, almoços e jantares, quando a família reunida era sinônimo de força e amparo de caráter, respeito, solidariedade e fortalecimento de laços.

Só resta lamentar, os simples óbvios da boa convivência que se perderam.

DESAFIO CONSTANTE


Fazer jornalismo em cidade do interior, onde as pessoas, sejam públicas ou não, se esbarram por todo o tempo, onde os olhos se cruzam e é impossível separar-se a pessoa do profissional, certamente é bem mais difícil que nas cidades grandes, onde o anonimato oferece sempre um distanciamento mais confortável.
Daí, creio ser necessário um cuidado especial no trato dos assuntos, já que a possibilidade de um confronto é sempre infinitamente maior, como também a responsabilidade quanto aos propósitos de por todo o tempo pensar em pautas que privilegiem o maior número de pessoas, já que o bem comum sempre está bem mais próximo e, portanto, mais real, por ser mais facilmente mensurável.
Selecionar os discursos para não incorrer nas falácias que se tornam bordões e que, de tão repetidas, acabam por se tornar verdades, induzindo aos erros avaliativos, é sempre um desafio ao profissional que tem como objetivo executar o seu trabalho respeitando o público que dele se utiliza para encontrar informações precisas.
Neste mundo globalizado de modismos e instantaneidades, manter-se firme nos propósitos da isenção é outro desafio descomunal, pois a corrupção moral e ética, pulula por todo o tempo como atrativo de sucesso, comercializando opiniões e caráteres.
E aí, lembro-me da máxima de Rui Barbosa ao constatar com melancolia a derrocada da ética e da moral.
”De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
Rui Barbosa


domingo, 12 de novembro de 2017

TCM - CONTAS REJEITADAS

Ex-prefeito de Itaparica tem contas rejeitadas
9 de novembro de 2017
Na sessão desta quinta-feira (09/11), o Tribunal de Contas dos Municípios votou pela rejeição das contas da Prefeitura de Itaparica, da responsabilidade de Raimundo Nonato da Hora Filho, relativas ao exercício de 2016, em razão do descumprimento do artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que trata da ausência de recursos em caixa para pagamento de despesas que foram realizadas em 2016, mas que só seriam pagas no exercício seguinte. Diante da irregularidade, o relator do parecer, conselheiro José Alfredo Rocha Dias, determinou a formulação de representação ao Ministério Público da Bahia contra o gestor.
O ex-prefeito foi multado em R$5 mil pelas falhas e irregularidades contidas no relatório técnico e em R$18.720,00, que equivale a 12% dos seus subsídios anuais, por não ter reduzido as despesas com pessoal ao limite de 54% previsto na LRF, que no 3º quadrimestre representou 59,69% da receita corrente líquida.
Os conselheiros decidiram também determinar o ressarcimento aos cofres municipais da quantia de R$25.749,85, com recursos pessoais, relativo a pagamentos efetivados a secretário municipal acima do limite estabelecido na legislação atinente aos subsídios. O relator ainda solicitou a remessa de cópia do parecer prévio ao Ministério Público Federal para que acompanhe as restituições pendentes às contas do Fundeb ou Fundef, com recursos municipais, no montante de R$928.942,31.
Os recursos deixados em caixa pelo ex-prefeito, no último ano do seu mandato, não foram suficiente para quitar as despesas inscritas como restos a pagar de exercício anterior, o que provocou uma indisponibilidade financeira no expressivo montante de R$20.626.846,56. Tal irregularidade enseja, por si só, a rejeição das contas e é enquadrada como crime fiscal nos termos do art. 359-C da Lei nº 10.028/00. A LRF proíbe que o gestor, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contraia obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
Em relação às despesas com pessoal, apesar dos gastos terem ultrapassado o limite de 54% previsto na LRF, o relator não considerou a irregularidade como causa de rejeição já que o mesmo manteve-se dentro dos parâmetros de flexibilização adotados pela maioria do pleno. Acompanharam o relator nesse posicionamento os conselheiros Mário Negromonte, Plínio Carneiro e Raimundo Moreira. O conselheiro Paolo Marconi apresentou, sem sucesso, voto divergente no sentido da inclusão da irregularidade como causa da rejeição, vez que os gastos representaram 59,69% da RCL, superando o limite de 54%, sendo acompanhado pelo conselheiro Fernando Vita. Também pediram a imputação de multa no percentual de 30% dos subsídios anuais do gestor, mas prevaleceu a sanção correspondente a 12%.
Cabe recurso da decisão.
CONCLUSÃO DE UMA Munícipe
Creio que não basta uma publicação do TCM, pois o que o povo da cidade espera é uma satisfação, já que as mesmas foram apresentadas como acertadas na Câmara de Vereadores, inclusive com documentos. Afinal, como acreditar em firmas de contabilidade ilibadas, procuradores, vereadores e até mesmo na palavra de gestores.
Trata-se de dinheiro público e isto significa que nós, que elegemos e lhes oferecemos condições através de nossos impostos, sejam municipais, estaduais ou federais, merecemos uma retratação.
Como cidadã, sinto-me confusa, pois sempre os gestores que saem ou os que estão exercendo as funções públicas, seja do legislativo ou executivo, fazem discursos diferentes..
Se fomos enganados ou não, precisamos saber, não com palavras, mas com documentos comprobatórios.
Creio que seria prudente ao esclarecimento público que uma nova sessão pública viesse a acontecer antes do recesso parlamentar, com o objetivo de esclarecer os itens apresentados como rejeitados, assim como se possível, mostrar-se a disponibilidade na ocasião do montante dos recursos existentes que justifiquem o não depósito em caixa para o devido cumprimento pela gestão que veio a suceder a anterior.
Relatórios técnicos em nada esclarece ao povo. Queremos saber dos valores disponíveis em caixa, nas épocas em que ocorreram as referidas falhas contábeis e as previsões futuras para o cumprimento das mesmas.
Creio que é chegada a hora dos senhores políticos serem mais específicos, respeitando as limitações dos cidadãos.
Se preciso pagar 10 e só pago 6, para onde foram parar os quatro?
Simples assim.
Chega de amadorismo ou coisa que o valha nas gestões públicas. O povo já não aguenta mais.

sábado, 11 de novembro de 2017

NA MEDIDA CERTA


Difícil, quase impossível manter-se equilibrado nos dias atuais em meio a infinitas distorções de todas as naturezas.
Sinceramente, seria hipocrisia dizer que a harmonia existencial não requer um constante exercício de depuração, pois o acúmulo de fatores inadequados à natureza de cada um, extrapola ao considerado normal, adentrando nas entranhas do determinismo, onde o vigiar a si próprio nas reações, torna-se critério absoluto na condução dos relacionamentos humanos, ficando as ações como efeitos resultantes do propósito básico de não se contaminar.
Este critério aparentemente simples, ganha um gigantismo de intercessões externas que enfraquece, esmorecendo por todo o tempo o determinismo.
Daí, a necessidade da compreensão de que por mais dedicado que seja a busca do aperfeiçoamento, ainda assim, a criatura humana estará sujeita há em determinados momentos, sentir-se fisgada, vendo escorrer ladeira abaixo, propósitos que considerava como consolidados em suas posturas emocionais.
Todavia, o entendimento da vulnerabilidade emocional frente a todas as mudanças e inerências das mesmas nos convívios sistêmicos, mais que frustrar, deve ser entendida como mais uma experiência de campo, no aperfeiçoamento evolutivo.

Afinal, nada é perdido na busca do conhecimento de qualquer natureza.

INFINITAS PRIMAVERAS


Canta passarinho canta, pois o teu canto preciso ouvir.
Se com tuas asas faço os meus voos,
Com o teu canto, faz-me feliz.

Canta passarinho canta, surpreenda-me a cada amanhecer
Transformando com teus belos cantos,
Os longos voos que faço, através de ti.

Canta passarinho canta,
Teu canto é para quem quer te ouvir
Assim como só compartilhas as asas,
Com quem se predispõe a voar.

Canta passarinho, canta
No amanhecer deste ensolarado dia
Transforme meu bendito outono em primavera
De delirantes voos, nas planícies do universo.

Canta passarinho, canta
Porque enquanto cantas e eu posso ouvir
A minha vida se enternece e se encanta
Em infinitos voos de vida, amor e liberdade.

Canta passarinho, canta
Pois acredito que cantas, unicamente para mim.
E que tuas asas a mim pertencem
Num egoísmo infantil
Do apenas, ser feliz.

Canta passarinho, canta
Estou sempre pronta para te ouvir cantar
Pois através de ti, bato minhas asas
Em voos solos de vida, amor e liberdade.

Canta passarinho, canta...


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

DORES DO MUNDO


De repente, enquanto preparava o café, lembrei da menina Mariana, baleada na escola, que com apenas 14 anos, perdeu os movimentos da cintura para baixo e ao mesmo tempo, parei e cobri meus olhos num pranto repentino.
E então, lembrei-me da sessão da Câmara que na realidade, mais se parece com um circo de horrores, onde o riso e o medo são pares constantes a qualquer mente razoavelmente pensante e num comparativo das dores do mundo, ambos me fazem chorar.
Um pela insensatez que caracteriza o humano nos seus infinitos graus de inadequação e o outro, pela manipulação consciente da estupidez humana.
Chorar é a forma mais rápida de desabafar o sufocamento que parece esmagar o peito contra as costas, criando a dor que chamo do mundo, onde minhas conscientizações nada podem modificar.
Esta impotência, faz doer o corpo e a alma, induzindo-me à depois do choro, escrever, caminho por onde escoo os meus lamentos.


QUE COISA, VIU!!!!


Quando penso que já ouvi todas as besteiras possíveis, oriundas de políticos ou de pessoas ligadas aos mesmos, lá vem alguém e PIMBA, solta outra que de tão absurda, nos torna incapazes de qualquer reação.
Gostaria de poder analisar frase por frase que foi dita na Câmara de Vereadores juntamente com mestres e doutores em Filosofia Política, única e exclusivamente para catalogarmos incoerências, a fim de ministrarmos em algum momento para classes de discentes, o que, verdadeiramente, significa demagogia sem conteúdo, forma direta e objetiva para que entendam do porquê do país se encontrar nesta situação caótica.
Hoje, definitivamente, o circo dos horrores foi armado e, por incrível que possa parecer, não foram os prezados edis que protagonizaram o pouporri de incongruências.
Rapaz, que coisa, viu!!!!
O discurso batido e esfarrapado continua em alta sem qualquer respeito a quem ouve, como se todos fossem abestalhados incapazes de algum raciocínio mais lógico.
Só posso agradecer ao universo, com suas benditas energias, que de alguma forma, tirou-me do estúdio, pois caso contrário, diante da profunda ofensa que indiretamente fui alvo, assim como minha casa de trabalho, certamente, responderia na proporção da dor que me acometia; e estaria incorrendo no erro primário de estabelecer entre nós e os ofensores uma condição de igualdade linear, que aí sim, seria imperdoável.
Se o propósito do Excelentíssimo Secretário de Saúde era proporcionar ao público, através dos questionamentos dos ilustres vereadores, uma prestação de contas clara e transparente, infelizmente, não o conseguiu, apesar da sua eloquência e experiência postural de político com larga vivência em prestar esclarecimentos com chavões envolventes, mas pouco eficientes à um povo sofrido e profundamente magoado diante de suas perspectivas constantemente ignoradas.
Penso, então, que feliz ele deve ficar, pois se estivesse frente a uma arguição devidamente documentada, provavelmente, tudo teria sido ainda mais desastroso.
 Infelizmente para nós munícipes, nossos prezados edis, com raras exceções, deixaram, em regra geral, o discurso do “tá tudo bem” prevalecer no final.
Quanto às agressões continuadas ao profissionalismo da Rádio Tupinambá, proferida por um ilustre vereador, relevo. Creio que, como é de seu costume, a agressão é sempre o seu maior argumento.
Mas do Secretário, a quem sempre recebemos com as mais cordiais considerações, espero um pedido de desculpas, tão público quanto foi a sua ofensa à minha casa e à minha rua, sendo que esta última é, tão somente, o retrato duro, mas absolutamente real, da falta de respeito das gestões para com seus munícipes, que os deixam sistematicamente sem retorno de seus votos e de seus impostos.




quinta-feira, 9 de novembro de 2017

DESAPEGO


Falar do sol que já invadiu a minha cozinha, cobrindo também a mesa da copa como um manto de luz dourada é, com certeza, uma grata alegria que se renova a cada primavera.
Falar do sol é o mesmo que falar da vida, e não há nada que mais me motive do que falar destes instantes presentes que venho vivenciando há décadas, não permitindo jamais que o enfado, o cansaço e as decepções, empanem o seu original de encantamento.
Olho para trás e não consigo encontrar qualquer resquício de perdas, mesmo hoje reconhecendo que foram muitas, e fico pensando, que talvez, isso se deva porque de alguma forma meio que intuitivamente fui enterrando-as em um solo fértil de determinação em não interromper a caminhada e, tão pouco, cobri-la com os escombros das minhas inconsequências muitas vezes, o que, certamente, dificultaria o meu livre caminhar.
Satisfiz-me em todas as ocasiões vivendo intensamente cada circunstância, fosse agradável ou não, partindo em seguida para uma nova jornada, tendo a preocupação de deixar a bagagem em cada situação mais leve, pois  também fui percebendo que quanto mais livrava-me de coisas e emoções inúteis para o meu caminhar, mais suaves se tornaram minhas pisadas, menos marcas profundas fui imprimindo, até ao ponto de, neste momento, olhar para trás e praticamente não conseguir enxergar minhas últimas passadas, levando-me a acreditar que em dados momentos, que reconheço têm se intensificado, flutuo em meio aos tumultos e correrias à minha volta.
Como não pensar, olhando para este sol translúcido, naqueles que não quiseram ou não puderam dar continuidade às suas vidas, findando-as, às vezes, muito precocemente.

Quantas emoções perdidas, quantos sóis não sentidos, quantas bagagens não foram abandonadas ao longo de suas caminhadas, quantas chances de vida e liberdade foram desperdiçadas.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

GENEROSIDADE


Quando conseguimos dominar os nossos impulsos frente ao apenas diferente, e mesmo o contrário, adentramos numa bendita estrada, cujo percurso nos habilita em algum momento a agirmos como pessoas generosas.
E o percurso é longo, já que existem etapas a ser vencidas. São paradas obrigatórias, aonde vamos nos despindo de inúmeros sentimentos com os quais fomos convivendo, como se os mesmos nos fossem absolutamente naturais.
E não o são, pois na realidade, fomos colhendo-os, fosse em parte pela convivência num sistema inadequado, fosse pela genética que imprime sua marca, fosse por ambos, o que é o mais provável.
Ir gradativamente retirando estes pesos extras é o mesmo que se sentir, a cada passo, um ser mais leve, menos amargo, menos briguento em relação ao mundo.
E aí, também aos poucos, vamos enxergando a irrelevância dos embates sem propósitos, que não o de impor nossa forma de sentir e vivenciar o mundo.
Da mesma forma que enxergamos com absoluta nitidez a incapacidade do outro em compreender os nossos pontos de vista.
Essa compreensão não se assemelha à arrogância em nos sentirmos melhores ou mais inteligentes, tão somente, a conscientização de que o outro enxerga o mundo com o seu próprio olhar, que abriga todo um histórico pessoal e cultural que precisamos respeitar.
E  é, neste exato momento do exercício da convivência, que percebemos que estamos no caminho de nos tornarmos generosos conosco, porque ao respeitarmos o outro na sua visão, estaremos, automaticamente, respeitando a nós mesmos, pois nos colocamos como aprendizes, pois, há sempre um espaço venturoso entre nós e os outros, para um contínuo arrebanhar de ensinamentos mútuos.

domingo, 5 de novembro de 2017

CURTINDO A VIDA


O sol até saiu e me cobriu de esperanças de um sábado e domingo ensolarados, qual nada, logo as nuvens se fizeram presentes, trazendo com elas uma chuvinha fina, mas constante, se bem que o sol, sempre insistente, declarou guerra e, num combate interessante, fez-me lembrar das batalhas humanas de séculos passados, onde cada flanco, numa postura ética, esperava o lado contrário armar-se e atirar, para depois, então, também atirar.
Parece até que não tenho o que fazer, mas será que existe algo mais importante que observar a vida nas suas peculiaridades?
E nesse vai e volta tanto de um, quanto de outro, quem mais se beneficia são as plantas, as flores e principalmente as frutas que, agradecidas, amadurecem mais rápido, apenas para deixar seus aromas, cores e sabores, bem mais cobiçados pelos pássaros e por nós também.
Minhas deliciosas amoras com certeza são disputadas acirradamente por mim e por eles, no entanto, acredito que sou eu a mais beneficiada, pois além de ingeri-las, ainda me torno ouvinte dos mais fiéis e belos sons dos pássaros que fazem de meu jardim seus palcos de cantoria, pelo menos duas vezes a cada dia, e de mim, sua encantada ouvinte.
E pensar que em breve, quando o verão chegar, as mangas, as seriguelas e os cajus também formarão o mais completo festival das delícias em meu quintal.
Só de pensar, já posso sentir os cheirinhos e as emoções desta tão esperada festa de cada amanhecer.
E pensando em tudo isso, não sobra lugar para as tristezas, frustrações e aborrecimentos, pois faço da vida meu continuado estímulo, minha compensação, minha única realidade, ficando o tudo mais, tão somente, como adereço, que só eu posso manipular.
Pela luta do poder, o sol neste instante se impõe, lutando em permanecer.



sexta-feira, 3 de novembro de 2017

SEM NOÇÃO


Sentei-me para escrever sobre a tal desembargadora sem noção e aí, apaguei o já escrito, porque percebi que para isso, eu teria que escrever sobre toda uma sistemática que antes de ser sem noção é sem ética e sem decência.
Ética e decência que foi desaparecendo dos comportamentos das pessoas de um modo geral, mas que em se tratando de pessoas públicas se evidenciam e pelo menos para mim, dá a noção do Brasil que estou vivenciando há cerca de 30 anos.
Quem lembra dos escândalos de Jader Barbalho, dos Anões do orçamento, de PC Farias, dos escândalos envolvendo a ilibada Família Sarnei e mais próximo dos dias atuais, de Renan Calheiros, dos acusados no Mensalão, e aí, lembro de uma novela em que uma personagem, encarnava uma típica suburbana, que repetia um jargão que ficou famoso:
“Cada mergulho um flash”
Ele se enquadra perfeitamente, na mentalidade oportunista da mídia de martelar dia e noite sobre um assunto, até que este ou se esgote ou seja substituído por um mais recente, induzindo sistematicamente ao esquecimento dos anteriores, tornando-nos pessoas imediatistas e sem noção de histórico de qualquer natureza, e do sentido de bem público.
Essa pratica corrosiva é antiga, mas reconheçamos que vem se institucionalizando há pelo menos de uns 15 anos para cá de forma descarada, ao ponto de cada um de nós, brasileiros sem noção de quase nada, não só acharmos natural o uso do dinheiro público em benefício próprio ou das legendas, como leva-nos a sonhar de estarmos no lugar deles, agindo da mesma forma e ainda posando de autoridade ilibada.
Isto, quando não pregam a honestidade, acompanhada do escudo DEUS.
E nós acreditamos, isso é que é o pior,
Valha-nos senhor por tanta safadeza e estupidez.
E o salário do povo...
As escolas para o povo...
Os hospitais para o povo e etc., e tal.
Isto é uma esculhambação generalizada que ainda aplaudimos e reelegemos.
Tudo absolutamente sem noção.


quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Fonte de Vida




Vídeo exibido na FITA - Festival de Itaparica de Música e Poesia.
Inspirado no Livro Fonte de Vida de Regina Carvalho.

Cultura Itaparicana

Figura da Cultura Itaparicana, jogada às traças da indiferença e o local que deveria ser um ponto de reconhecimento de vida, só foi devidame...