sexta-feira, 13 de outubro de 2017

CRIME E CASTIGO


 Como de costume, assisti a grande parte da Sessão Plenária do STF, na tratativa das questões das Medidas Cautelares, que diretamente afetam a situação do Senador Aécio Neves e como não poderia deixar de ser, pela minha própria natureza, fui fazendo correlações com o povo e suas posturas ao longo destes anos de incessante “Crime e Castigo”.
Entre um e outro ministro, lá estávamos nós, eu e meu marido, sentados no conforto da poltrona, sentindo-nos jurados quanto às avaliações, crendo ingenuamente, mas empolgados, estarmos diante de um julgamento isento de maiores interesses, se não da verdade, do bem público e do respeito à Constituição Nacional.
Depois do caso passado, sem a influência das simpatias pessoais em relação a este ou aquele ministro e, tão pouco, iludida de que sou capaz de uma avaliação, seja ela qual for, até porque, eu ou qualquer outro, desconhecemos os reais fatos, nada além daqueles que nos são repetidamente informados por uma mídia absolutamente tendenciosa.
Concluí, lamentando, que a maior chaga que o país está sofrendo é justo a perda da fé em relação a classe política.
A corrupção, mais que quebrar a economia do país e nos roubar o direito aos nossos mais primários direitos sociais, quebrou de forma indelével a nossa crença nas figuras emblemáticas que tínhamos como líderes.
 Todavia, mais do que isto, tirou-nos a esperança de haja um só entre milhares de políticos, que não se corrompa ao adentrar neste sistema apodrecido, sem amparo moral e ético que o sustente e ampare.
Aquela, sem dúvidas, foi uma sessão desastrosa, que deixou claro ao observador, mesmo que seja da poltrona, que em um país sério o julgador não pode ser nomeado pelo possível julgado, pois tira dele a isenção necessária a uma visão ampla e isenta de pressões.
E no caso presente, acentuando-se a postura deprimente da Presidente da casa em questão, quando a mesma se viu entre a Cruz e a Espada de uma justiça contaminada e enfraquecida, mostrou-se débil, confusa e absolutamente despreparada para lá estar.
Perdemos a fé numa possível sustentabilidade moral e ética de nossas instituições e consequentes gestores.

Tentar achá-la, será sem dúvidas uma tarefa das mais árduas.

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