domingo, 30 de setembro de 2012

E AÍ?


 
Quem  vive um amor como um todo, recheado de emoções, esquece essa coisa do tempo, fazendo dele uma  marca, um registro permanente na mente e na alma, resgatando os momentos de  fascínio, rotina gostosa das grandes  e estonteantes, paixões..

 Pois nos delírios que  acompanham os ais, são sentidos o sabor, o cheiro e o bendito toque, impossíveis de serem esquecidos...
E entre uma lembrança e outra, o amor permanece, sem jamais deixar de ser .
Sem  perder  o viço, o agito, que envolve e que dá prazer..
E neste bailado de lembranças, sua imagem surge doce, desponta leve e me faz voar.
Como uma borboleta dourada, um pássaro encantado, uma brisa e tudo o mais.
Como esquecer lembranças, que me fazem tão bem?
Como esquecer o seu sabor, se provei  e quero mais?
Como esquecer  o seu cheiro, com o qual me deliciei?
Como esquecer o seu abusado toque, que estremecida, ah! Meu Deus...
Eu adorei?
Como então, não ser feliz?
Como esquecer esse atrevido, arredio e perigoso, mas tentador e imenso, amor?
E  aí...é só lembrar, podendo até  mesmo ,imaginar...

 Mas para você que  deseja muito, um abusado e grande amor, rezo para que o seu  domingo seja de paz, mas com frenéticas emoções, desejando até que um certo alguém, com a voz emocionada, ligue e lhe pergunte de forma abusada:   
_ E aí... Vamos viver um grande amor?

terça-feira, 25 de setembro de 2012

QUE DEMOCRACIA É ESTA?



Pois é... Setembro está chegando ao fim e logo ali, beirando as portas do tempo, outubro se aproxima com ares de seriedade de um mês de responsa, afinal é sempre ele que banca as eleições.

Enquanto outubro não chega por todo este vasto e complexo Brasil, a movimentação política se intensifica, levando as infinitas coligações à incalculáveis loucuras entre gastos financeiros e emocionais, e de um comício a outro, a moçada arrepiada, gasta sola de sapato, gasolina e coisa e tal, na obstinação última de convencer mais alguém.

Esta deveria ser a mais expressiva movimentação democrática se, aliada a ela, houvesse mais idealismo do que partidarismo, mais devoção à causa que interesses pessoais, mais dignidade de propósitos direcionados às necessidades comuns do que conluios e acertos entre pessoas e grupos.

Lembro-me da República de Platão e do que deveria ser e o que realmente é...

Lembro-me de uma vida inteira e só encontro o que realmente nunca foi e o que nunca esteve atrelado a ela, porque democracia em países como o nosso, antes de ser para o povo é um estado de direito sob a perspectiva de um único alguém, cujas argumentações convencem outros alguéns a fazerem dele um líder e, no assim por diante, chegam então ao povo que iludido pensa que escolhe, mas na realidade se envolve, na lábia mais doce, no carisma mais convincente e entre imagens e sons, a coisa toda acontece, favorecendo a uns em detrimento de outros.

Haja tantas vezes já visto, os enganos que se sucedem parecendo um inferno por não terem fim, tirando de nós as certezas, alimentando em nós, quando muito, esperanças.

Pergunto então consternada que democracia é esta?

Que não elimina a fome, não estimula a educação, não cuida de seus doentes e ainda mantem o povo proclamando o que ignora, através do nome postiço de esperança?

Que democracia, então, é esta?

Onde o ser humano é de segunda e o valor do poder é sempre de primeira.

 

domingo, 23 de setembro de 2012

CÁ COM OS MEUS BOTÕES...



São cinco horas da manhã de mais um domingo que, pelo cantar dos pássaros que já povoam o meu jardim, será de um luminoso sol.

De repente, os cachorros se movimentam frente a um barulho de folhagens nada comum, levanto o corpo para ver se consigo identificar através da janela e nada vejo e, pelo visto, nem eles, pois já estão de volta à porta na espera paciente de eu deixá-los entrar.

- Ainda não, deixe amanhecer primeiro.

Penso cá com os meus botões, contrariando minha natureza amorosa, que gosta de tê-los ao pé da mesa, silenciosos como fiéis guardiões.

Enquanto travo esta luta boba e desnecessária entre o prazer de ter os meus cães bem pertinho de mim e a imensa preguiça de levantar desta cadeira para abrir a porta, ouço fogos à distância e tento descobrir de onde eles vêm.

- Será do  candomblé, ainda da política ou hoje é dia de algum santo, e eu não estou sabendo?

Enquanto ainda penso no desnecessário, percebo que de um instante para o outro, o dia amanheceu. Só que todo este processo levou dezoito minutos para ser concluído, tempo que precisei para decidir-me levantar e, finalmente, abrir as portas, deixando meus parceiros das madrugadas entrarem, num ritual cotidiano que me inunda de prazer.

Já posso enxergar de onde estou os galhos finos e longos da amoreira repletos de minhas frutinhas preferidas, e como mantenho a imaginação a galope, posso até associar os balanços naturais do já presente ventinho do mar, em chamamentos irresistíveis, nos quais me entrego sem qualquer questionamento, apenas superando o que ora percebo ser preguiça que confundi com cansaço.

Um pouco mais distante, um bem-te-vi disputa o palco com pelo menos dois sabiás, que por suas vezes, disputam comigo o privilégio do deguste das amoras que bem escurinhas se exibem em um destaque soberbo, adornando com suas raras belezas, este espaço do jardim.

E enquanto mordo a frutinha, deixando-a explodir, inundando o céu da boca, provocando em mim prazer inenarrável, olho ao redor e só enxergo flores.

 Lembro-me então, que a primavera chegou e que daqui pra frente, sua excelência a natureza se fará mais forte, mais vibrante, bem mais atuante, arrancando de mim o marasmo, a preguiça ou o cansaço, doando a mim suas cores e seus aromas em uma sempre fascinante presença.

Penso cá com os meus botões que sou uma troncha abusada que acorda com as andorinhas, come com os sabiás, escreve ao som dos bem-te-vis e faz de seus três lindos cães, suas mais constantes parcerias e ainda displicente e muito cara de pau, se dá ao luxo safado de se dizer muito cansada, com preguiça e coisa e tal.

 

 

sábado, 22 de setembro de 2012

MARAVILHA, A PRIMAVERA CHEGOU...




Ela chegou ensolarada, brilhante, sensual, repleta de barangandãs prateados salpicando o meu mar de Ponta de Areia, fazendo com que o amor aflore abusadamente, rompendo as fronteiras do lógico, penetrando sem pedir licença nos labirintos dos sentidos.

O farfalhar das folhagens fartas dos coqueiros, lembram-me os sussurros apaixonados, e o vento quente vindo do mar que ora me toca de mansinho, arranca-me arrepios, despertando emoções parceiras, velhas e fiéis companheiras desta comportada senhora.

Entre um e outro pensamento quase que lascivos , percebo que sorrio sozinha enquanto escrevo, devendo estar rubra, sem, no entanto, sentir-me envergonhada e muito menos culpada por ainda, nesta altura de minha vida, constatar que sinto certas emoções que colorem o meu ser de mulher apaixonada, fervilhantemente encantada pelos frenesis de uma primavera que o meu outono cronológico, não consegue frear.

Será, então, esta sensação uma amostra da bendita felicidade que vem de forma invasora, mas que não maltrata, não fere e tão pouco faz sentir dor, deixando-me nas nuvens, bem pertinho dos céus?

Seja lá o que for, veio junto com a primavera, com os cheiros, as cores, o imaginário de uma eterna paixão, um sempre constante envolvimento entre o óbvio e  o concreto, entre o sólido  e o etéreo.

Coisa louca é a primavera que me fervilha o corpo, a mente e as emoções.

Que neste sábado, 22 de setembro de 2012, a sua primavera desperte, fazendo você também sorrir.

 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

FALÁCIAS, EUFEMISMOS e FIRULAS...


 
Exaustão ao ponto do corpo doer a cada centímetro e a mente se recusar a pensar com um mínimo de lógica, depois de assistir com total atenção analítica à sessão da Câmara de Vereadores de Itaparica por cerca de duas horas e meia consecutivas, ao som de gritos, palmas e vaias de uma plateia dividida entre partidários de Pastor Raimundo e da Profª Marlylda.

Falácias, eufemismos e firulas, sem que quase nada de concreto fosse apresentado ao público que, por sua vez, estava mais preocupado em ora aplaudir, ora vaiar, em uma demonstração triste de total falta de noção de cidadania e consciência da importância em conseguir-se dados esclarecedores que os guiasse a uma real compreensão do que significa um desvio em uma única secretaria da importância de R$ 500 mil reais com o agravante de isso ter ocorrido há cerca de cinco anos atrás sem que a referida câmara tenha se atido e denunciado tamanho absurdo cometido aos cofres públicos em uma cidade de proporções minguadas como Itaparica.

Meus olhos percorriam a plateia e voltavam imediatamente aos vereadores na busca de encontrar um só sinal de veracidade de propósitos, encontrando infelizmente, e aí sim, uma absurda falta de lógica de seriedade, fossem às posturas ou às palavras, todas ensaiadas, em sua maioria, como numa peça de autor político para atender a um público pouco interessado que ostensivamente foi levado e orquestrado para agir exatamente como  agiu.

Enxerguei tantas intenções, menos uma que deveria ser a prioritária e única que era justo o entendimento de quesitos básicos a todo aquele circo, ficando a alienação popular como manchete explícita, levando-me tristemente a perceber o quanto o povo, independentemente de suas diversidades econômicas e sociais, ainda se encontra preso a um comando emocional, digno de ser explicado pelos doutores da alma humana.

E pensar que durante meses esse assunto CPI, seguiu os caminhos tortuosos dos interesses individuais de candidatos, vereadores e políticos em geral, como num jogo de pingue pongue, onde os interesses de esclarecimentos sequer foram cogitados, tal qual também uma carta coringa que ora é levada ao conhecimento público, também por interesse deste ou daquele, frente a novas possibilidades de ganho político, sem que novamente o povo receba um vento sequer de verdade, e aí, lembro-me de setembro de 2009, naquele mesmo lugar, onde esta peça atual está sendo apresentada, nada mais representa que um “remake”  com outros personagens, mas com o mesmo enredo e os mesmos diretores e autores que na época arrancou aplausos e vaias, tal qual hoje, mas cujo prêmio somente os vereadores e meia dúzia de outros ganharam, ficando o povo e a cidade entregues ao léu do descaso e do abandono de todos os níveis.

Então entristecida, concluo que:

“Nada verdadeiramente mudou, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes”.

 

.

O TRITE E O MEDÍOCRE...


 

Hoje, tudo indica que novamente teremos um dia não só ensolarado, mas abastecido de um calor intenso, o que afinal, não é nenhuma novidade por estas bandas, onde certamente Deus escolheu para curtir seus momentos de lazer.

E se Deus assim procedeu, tinha lá suas razões que não me cabe discutir, mas que me leva a pensar, ponderando aqui e acolá tamanha decisão, crendo eu, na minha contumaz bisbilhotice que se Deus em sua onipresença, criou a onipotência de um lugar tão lindo, dando-se ao direito absoluto de só colocar belezas, cores e aromas de sua preferência, era porque queria expressar o paraíso, não deixando tão somente, nas páginas frias de um livro ou nas mentes prósperas das criaturas.

E assim, pensando no melhor, no mais sublime das suas simplicidades, Deus criou ITAPARICA, riscando com seu indicador bendito, uma geografia dos céus, pintando e sentindo com seu manancial amoroso, tudo quanto lhe foi possível imaginar.

Penso então que ele, o Deus, não deva estar lá muito satisfeito com os rumos que somos capazes de dar ao nosso senso avaliativo, ainda muito limitado e incapaz de fazer daqui, também o nosso paraíso, preferindo como abestalhados, cegos e incautos, olhar pro feio que sempre existirá no cotidiano de cada um.

Que o dia de hoje seja dedicado à busca da conscientização de que o feio, o triste e o medíocre devem permanecer muito distante de todo aquele que se der ao prazer de enxergar o paraíso no qual vive, tornando-se assim, mais um detalhe precioso que afinal, também foi determinado nesta pintura bendita de Deus.

Que nesta quinta- feira, a luz da visão maior, clareie as almas e os corações de todos nós.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

UM LINK... e nada mais.


 
Ouvindo La Barca, na voz de Luiz Miguel, voei para o passado, para a minha juventude de ainda quase criança, em um link fantástico que a mente livre é capaz de realizar ao comando de apenas um som, uma imagem, um pensamento.

Eram os anos sessenta..

O fervilhar dos hormônios, turvava  qualquer pensamento que não tivesse relação com a paixão, com o amor que eu começava a sentir, sem sequer entender bem, nem como e nem o porque de estar  sendo invadida  e envolvida, sem sequer achar ruim.

A mocinha recatada de sonhos primaveris, certo dia, dormiu como uma criança e se viu acordando como uma mulher sem sequer se importar com a metamorfose, preferindo tão somente se deixar navegar nas aguas indescritíveis dos sentidos e das emoções, que beijavam como as marolas a beira mar, as areias ainda virgens, moldando cuidadosamente um cenário, um histórico de amor, para toda uma vida.

Ao eterno navegador deste barco, o meu muito obrigado, pelos caminhos marítimos que me levou a conhecer, onde não faltou emoção, onde não faltou o esmerado cuidado e muito menos o bendito, amor.

Como então, não ser feliz?

Como não viver sorrindo?

Como não ter inspiração para escrever?

Como não amar o meu próximo?

Afinal, foi um deles que como navegador perspicaz, roubou de mim a infância, mas doou-me o sempre prazer em viver.

Que neste final de tarde, um som, uma imagem ou um pensamento, faça um link e leve você ao melhor de sua vida.

 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

UMA PAUSA E NADA MAIS...


 
Hoje, está completando dois dias que eu não escrevo uma linha sequer, não que eu não queira, apenas não consigo, pois a cabeça está meio oca, meu olhar meio perdido, meu ânimo meio que sem graça.

Então, teimosa como sempre, cá estou em um esforço supremo, buscando explicações, quando pode ser tão somente, cansaço. Querendo entendimento, talvez dentro de minha lógica pessoal, por ainda crer ser inadmissível, passarem-se tantas horas sem que eu em minha solidão induzida, busque mil coloridos ou alguns poucos instantâneos para então, registrá-los como de costume para não deixar passar em branco, tantos instantes que, afinal, cansada ou não, certamente foram vividos.

Descubro quase que aterrorizada que o meu problema todo é gente, gente falando, gente brigando, gente disputando isto ou aquilo e, gente como eu, querendo deixar de ser gente por instantes para tão somente ser, uma rosa, um jasmim, um pássaro, um beija-flor, talvez uma gota de chuva, uma aragem de brisa marinha ou um minúsculo grão de areia.

Penso, em uma dedução quase que primária, que estou realmente cansada de estar em meio ao aparente quase tudo, precisando urgentemente do aparente, quase nada.

O nada bendito do silêncio que me repousa, da solidão que me abastece, da não obrigação que me regenera desta insana vontade que me acomete, por alguns convívios diários  que me endoidecem, fazendo de mim por horas a fio, escudo, peneira do inútil do desagradável.

Ai meu Deus, como estou cansada...

Ai meu Deus, como estou com o corpo doido... Como se um trator desgovernado por cima de mim, tivesse passado, como se mil chibatadas me tivessem dado, como se um grande vendaval de mim tivesse retirado, o tudo de bom que me fornece inspiração.

Quem sabe o sono no silêncio solitário que me abriga, seja a regeneração bendita de que necessito?

 Quem sabe, o resgate do sempre crer, mesmo que no imaginário, idealizando-me gente, vivendo em meio a uma humanidade, traga de volta a minha veia poética, traga de volta, a vontade  de escrever, de sonhar e de viver?

 Nestes instantes em que registro o meu, não escrever, constato com a alma dolorida, mas com a mente esclarecida, que foram dois preciosos dias em que o tudo que me cercava, miseravelmente, me transformou em um ser, absolutamente, pobre.

E enquanto descanso  ao som único de meus pássaros , penso em você em meio ao tudo que agora lhe envolve, fazendo de você também um ser muito pobre, precisando como eu, tão somente de uma pausa, um silêncio, um canto de pássaros e nada mais.

 

 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

SORRIR, CALAR e RELEVAR

A grosseria sempre fica feia naquele que a pratica, portanto, é preciso que tenhamos cuidado com o excesso de vaidade, pois ela leva à arrogância e esta à prepotência em fazer de nós, criaturinhas menores ao pensarmos que podemos tudo, inclusive agredir com a nossa imprudência seja lá quem for.
Sorrir, calar e relevar, será sempre o modo mais adequado de se lidar com o mal educado.
Que Deus abençõe a todo aquele, cuja vaidade o impede de enxergar o seu próprio lugar.
Um final de tarde abençoada.

MEU BOM DIA DE TODOS OS DIAS

O sabiá barulhento, tudo faz para chamar a minha atenção, paro então de ler e volto-me para a janela, e lá está ele, pulando de um galho a outro da amoreira, sozinho e afoito se exibindo para mim em um ritual de bom dia que, agradecida, retribuo com um sorrido e toda a minha atenção.

De repente... o silêncio se apresenta e a razão é que o bendito sabiá foi cantar em outro terreiro, ficando comigo, somente assim, as costumeiras andorinhas e os espertos assanhaços que, invejosos do sabiá, puseram-se a cantar suavemente, permitindo-me  voltar aos meus escritos para, então, registrar toda esta maravilha que são os meus amanheceres.

Olho para o relógio e vejo que são seis horas da manhã e o sol que neste horário geralmente se chega, ainda não deu seu ar da graça, assim como as brisas do chamamento da primavera ainda não apareceram, permanecendo os galhos das árvores em movimento tão somente pela insistência dos pássaros em fazer deles trampolins nesta manhã nublada de setembro.

Para vocês um beijo no coração.

sábado, 8 de setembro de 2012

GOLPE BAIXO



Quanto mais o tempo vai se aproximando do dia da votação, mais ouriçados os candidatos vão ficando e infelizmente acompanhando esta ansiedade que até é natural, na falta de postura política, mas que, então, lhes dá o falso direito de transformá-los em algozes de seus concorrentes, o que para os mais atentos e, portanto, observadores, não passa de mais uma manobra política, a fim de confundir o eleitor, levando-o a afogar-se em um mar de injúrias e grosserias verbais que, mais que aturdir, leva do ouvinte a capacidade de formular perguntas simples a si mesmo para que então pudesse proceder a uma análise mais conclusiva sobre cada candidato envolvido no processo eleitoreiro.

Portanto, de todas as criatividades marqueteiras em prol de suas candidaturas, a mais danosa, certamente, é a da desqualificação do concorrente, onde as falácias dão lugar às evidências comprováveis de que no mínimo em outros momentos, ambos por interesses pessoais, calaram-se, omitindo denúncias que, em tempo hábil, provavelmente teriam sido corrigidas com a devida exposição dos culpados.

Esse a meu ver é sem dúvidas o golpe mais baixo que faz parte do script dos candidatos espertalhões que somente visam alcançar os seus objetivos, não respeitando absolutamente nada, nem mesmo suas competências pessoais de criar um programa administrativo ao invés de utilizarem palanques e incautos para propagarem suas ineficiências pessoais.

Cercam-se, por todo o tempo, de puxa sacos contumazes que por esta mesma razão não pensam, não raciocinam, direcionando suas interpretações sobre qualquer assunto relativo ao momento político à esquemas que somente eles são capazes de decifrar, transformando esses momentos onde o poder da expressabilidade de ideias acontece , em um circo pobre de argumentos e propostas.

E alguns, vão longe em seus devaneios oportunistas e eleitoreiros, chegando até mesmo a utilizar as sagradas tribunas públicas para expurgarem seus venenos interesseiros e descompromissados com o povo que os elegeram, fazendo escárnio do tempo que lhes restam, manchando assim com injúrias e falsos protestos, a confiança que lhes foi conferida através dos votos populares.

Observo que a cada momento político, mais se esvaziam os comícios e também avalio que não é pelo show musical que não mais pode acontecer, e sim, pela babaquice e falta de propósitos que transformam, a cada eleição, os comícios em representações pobres e sem brilho, onde um punhado de aspirantes a autoridades se arvoram de supostos poderes de salvadores da pátria e com suas espadas emprestadas pelo partido e candidato, proferem acusações sem conteúdo comprobatório, detonam a língua portuguesa em detrimento da lógica oferecendo ao ouvinte em alguns momentos, a pieguice do “nada tenho a falar que mereça ser ouvido”, restando então às pessoas de um modo geral, o direito supremo de não se permitir invadir-se com o feio, o banal e o inconsequente.

Que pena... penso eu neste instante, e em todos os demais instantes, onde o respeito às causas públicas se perde em favorecimento ao sarcasmo e aos verdadeiros pulhas que assolam o nosso país, posando de Deuses salvadores da humanidade que, afinal, nada mais são que hilários e perniciosos  personagens, largamente expressados através da reprodução genial de grandes escritores, ensaístas e pensadores.

Quem não se lembra de Roque Santeiro, Sinhozinho Malta e Sasá Mutema!

Perde-se com isto valorosa oportunidade de, verdadeiramente, fazer-se política pública de qualidade e de respeito ao coletivo.

Itaparica merece mais que esse espetáculo público que trás tristeza e desolação diante da falta de expectativas!

 

 

 

 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

7 DE SETEMBRO EM ITAPARICA ... BONITO DE LINDO!



Entre as tosses, os espirros e os comprimidos para baixar a teimosa febre, cá estou eu de volta aos meus pensamentos que, também teimosos, insistem em ponderar sobre a minha surpresa de não ver no Campo Formoso a candidata da renovação Marlylda Barbuda, justo por ter sido ela em épocas passadas Secretária de Educação com a consciência plena da importância deste tipo de evento e também da necessidade premente de se prestigiar como exemplo ao povo que está tão carente de referências que estimulem a cidadania, assim como o civismo, acreditando eu, que Marlylda, certamente foi impedida por um motivo relevante a sua vontade de educadora prestimosa. 

Penso então que se o povo perdeu ao não vê-la junto aos demais candidatos, como ZEZINHO, MAMAK e PROF. EMÍLIO, e autoridades em demonstração de altruísmo civilizado, ganhou em qualidade de programação, roupagem e organização desta juventude bonita de linda que desfilou, expondo a grandeza de nossa riqueza maior.

Ganharam esses jovens que tiveram a oportunidade de terem despertado em si, a sensação de pertencimento, tão necessário ao desenvolvimento psico/físico e cultural de toda e qualquer criatura humana.

Ganhamos todos, principalmente aqueles que enxergam em eventos como este, não os motivos que levaram a gestão atual a realizá-lo, ficando para nós, povo que assistia  a tudo, o entendimento que este ponto era e será sempre irrelevante, ficando apenas como tônica a existência de algo precioso que estava  sendo resgatado, pois afinal, encontrava-se perdido entre o desprezo e a falta de compromisso com a comunidade, infelizmente por políticos pífios e já desacreditados.

Deixo aqui neste instante meus respeitos sinceros a todos que ao Campo Formoso estiveram nesta bendita manhã de sexta-feira, 7 de Setembro de 2012, para prestigiar os nossos jovens, portanto, o nosso “ouro que brilha mais forte” que gestões e candidatos, que firulas e pouco caso.
Deixo também os meus respeitos ao Professor Raimundinho, na qualidade de representante da gestão atual, pela iniciativa e empenho na realização de tão significativo momento cívico, assim como lamento que o espírito democrático ainda esteja tão distante das intensões daqueles que creem poder mudar realidades.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

MARAVILHAS DA NATUREZA


E lá estavam elas, aparentemente estáticas em um acasalamento esplêndido diante de nossos olhos que estarrecidos fixavam aquele espetáculo da reprodução.

De pé, permanecíamos bem próximo em um deleite inigualável, analisando aquela obra de perfeição de detalhes e cores cuja leveza contagiava e nos fazia então crer que, se nos era permitida a sensibilidade em poder dividir com as borboletas seus instantes de intimidade de vida, onde não havia barreiras separatistas, apenas o bom senso em não tocá-las, seríamos, então, parte de um todo muito maior que a nossa infinita mediocridade em não nos reconhecermos também como mais uma maravilha da natureza.

E como bons mortais que somos, passado o primeiro espanto, corremos a fotografar na desnecessariedade própria de nossa ignorância em não percebermos os instantâneos de nossos olhares que foram revelados nos semblantes de cada um de nós, como registros divinos de nossa capacidade de ainda nos encantarmos com o simples, com o belo, com o tão somente singelo.

Aos meus queridos companheiros de Face, uma noite tão leve e apaixonante quanto às borboletas que encantaram o meu dia.

UM FATO E NADA MAIS...



Silêncio ora bendito por não haver absolutamente nada que eu possa dizer que faça lógica ao ilógico de certas atitudes que, antes de serem insensatas, são a expressão desnecessária de todo o desequilíbrio que o ser humano pode se permitir absorver e, pior, doar inconsequentemente aos demais ao seu redor.

Louvado, portanto, o silêncio que bem vindo neste momento, mais que calar a estupidez, faz silenciar o espanto, abrindo portas à lucidez do entendimento imediato, fechando portas por onde poder-se-ia chorar mais adiante.

E entre o silêncio de agora e a possível lágrima do depois, prefiro o silêncio amigo, consolador imaginável que se me evita as lágrimas, não me recusa o sorriso.

Nesta quarta- feira que sinto já ser primavera, em silêncio vai ao jardim e, sorrindo, então te ofereço uma rosa que a natureza generosa, ofereceu a mim.

Um dia de paz para todos.

 

domingo, 2 de setembro de 2012

PODERIA SER, MAS NÃO É.

Estou abaladíssima, imaginem vocês minha profunda decepção ao constatar mais uma vez que Casimiro de Abreu, um dos maiores escritores da língua portuguesa, morreu na pobreza extrema, e aí, fui buscar mais históricos e detive-me em Mário Quintana, e novamente sou surpreendida com a pobreza que o fez depender da caridade de um amigo e admirador, que era um famoso jogador de futebol, para manter o aluguel até o fim de sua vida. Agora, depois que morreram, as editoras passaram a produzir e a faturar muito. Ou seja: No Brasil, escritor só faz sucesso depois de morto.

Todavia, será que conseguiriam se manter só com a venda de livros e publicações em jornais e revistas? Bem, nem todos, pois como tudo na vida, também nesta área existem exceções. Que o diga, Paulo Coelho e outros poucos mais. Lembro-me então de Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, que apesar de serem populares, precisavam trabalhar em outras áreas para garantirem os seus sustentos. Se vivos fossem, estariam recebendo tantas homenagens? Se for comparar as possibilidades de divulgação das obras, daquela época com os dias atuais, certamente serei obrigada a admitir que hoje o escritor tem mais visibilidade à sua disposição, mas será que basta?

O imediatismo e a instantaneidade podem matar ou pelo menos diminuir a capacidade avaliativa dos que ainda apreciam a leitura? Particularmente, acho que sim, já que o tempo passou a se apresentar diferente, pois fomos recebendo cada vez mais rápido uma variada gama de informações, e então, não nos restou alternativa que nos moldarmos, justo para não nos sentirmos atrás do trem, e aí, fomos dando lugar a pressa e a instantaneidade que, infelizmente, não dá espaço a uma reflexão mais apurada disto ou daquilo.

O sucesso de algo deixou de ser permanente para se tornar momentâneo, levando os escritores também a se adaptarem, produzindo mais, sem, no entanto, se aterem a levar o leitor a pensar muito, daí, as frases de efeito e o lugar comum fazerem impacto e produzirem assim, tanto sucesso. Se bem que passageiro. Afinal, dizem hoje em dia: - Pensar para que? E a banalidade tem ocupado espaço cada vez mais rapidamente na mente e na alma de todos nós, sorrateiramente, minando conceitos, matando lógicas e soterrando a poesia que certamente desperta nas pessoas o lirismo tão necessário à convivência pacífica de todos nós. Um povo que não lê, não viaja no tempo e não cresce humanitariamente, tornando-se tão somente, peças manipuláveis.

Que pena!

BOROGODÓ e o tudo de bom...

Abro os olhos e algo assoprou em meus ouvidos BOROGODÓ e aí, como sei o que significa, questiono-me, afinal, como pensar nesta síntese absol...